segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Amar, porquê?



Eu amo.

Eu sei que amo, mas porquê?
Eu sei que amo, mas o que me faz senti-lo?
Eu sei que amo, mas o que provoca esta reacção em cadeia de energias e emoções?

Será daquela ruga junto aos teus lábios quando me beijas?
Será daquela ruga junto aos teus lábios quando me sorris?

Não sei, mas sei que amo.

Será do toque dos teus dedos quando estes passeiam pelo meu corpo?
Será do toque do teu corpo quando, aninhados, adormecemos agarrados?

Não sei, mas sei que amo.

Será do brilho dos teus olhos que vejo quando estamos na escuridão da intimidade?
Será do brilho dos teus olhos que vejo quando me olhas de relance em público?

Não sei, mas vou continuar a procurar a resposta… eternamente.

Porquê?
Porque eu amo.


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Nota: Imagem capturada por Luy.

Beijos

Num chat no Junta-te ao clube surgiu um link para o Teste do Beijo, decidi fazer.
O resultado foi o seguinte:

You have an entrancing kiss the kind that leaves your partner bedazzled and maybe even feeling he/she is dreaming. Quite effective; the kiss that never lessens and always blows your partner away like the first time.

E esta hein....

LINK: http://quizilla.com/users/ghettokitty/quizzes/What%20kind%20of%20kiss%20are%20you%3F/

Comentem...

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Praia

Com o fim da relação veio um período de luto, em que não tinha vontade de estar com ninguém, os amigos foram importantíssimos nessa altura (como em todas).

Passei semanas a ir jantar a casa dos amigos, marcar cinemas, saídas e afins, a palavra proibída era ficar em casa sozinho.

O tempo foi passando e espaireci, voltei a ligar o MSN, voltei ao GD passados 6 meses as pessoas eram practicamente as mesmas de há 6 meses atrás, lá falei com algumas pessoas, nada demais, as conversas foram fluindo e no espaço de uma semana estava a falar com duas pessoas do Montijo, as duas muito simpáticas, com um deles, falava todos os dias, com o outro nem sempre porque estava de férias na terra (quando ele ler isto mata-me, lol).

Ambos falavam do grupo de amigos, pareciam ser os dois muito porreiros, falamos durante algum tempo até que um dia ambos me falam num jantar com um amigo espanhol, lol. Descobri nessa altura que eram grandes amigos, foi o pontapé de saída para o nosso primeiro encontro que foi na praia, o J apareceu de dentro de água, eu até pensei que era uma sereia(lá se vai o meu empadão, lol).

No fim de semana seguite conheci o P, e estivemos os três em amena cavaqueira, eu deitado no meio dos dois na praia, foram jantar lá casa nesse dia, o J muito desconfiado, como sempre, aliás. Começou aqui a formar-se o meu grupo de amigos Gay.

A história segue dentro de momentos...

Declaração



Esta é uma declaração.
Porque eu tenho algo a declarar.

E tenho-o porque, numa altura difícil, fui amplamente amparado.
E tenho-o porque, quando mais precisei, mais me ofereceram.
E tenho-o porque, mesmo em consciência, sei que não tenho necessidade.
E tenho-o porque, volto a repetir-me última vez, tenho-o.

Sem nomes, sem indícios, sem nada, apenas o sentimento: adoro-vos.

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Ano Novo

Começei o novo ano da melhor forma, tinha um confidente no MSN que nunca tinha conhecido pessoalmente, dava eu como desculpa a diferença de idades.

Mas durante um ano inteiro soubemos as aventuras e desventuras um do outro, tinhamos combinado mal começamos a falar em conhecermo-nos, chegamos a marcar um café, eu tive um contratempo e tive de desmarcar. A partir daí foi assunto tabú, davamo-nos muito bem mas nem pensar em nos conhecermos.

E foi precisamente ao desabafar de uma desventura que surgiu o convite para o café(feito por ele), eu já tinha desistido de o convidar, pois ele tinha ficado mesmo sentido pelo meu contratempo...

O café foi marcado no C.C.B., num fim de tarde, eu despistado como sempre deixei o telemovel no carro onde tinha o numero dele e lá fui fazer figura de parvo para o C.C.B., fui ter com um rapaz girissimo que estava sentado numa mesa sozinho e disse “o nome dele!!!!!!!!!!!!” ao que ele respondeu que eu devia estar enganado, eu queria desaparecer naquele momento, fui até ao meu carro, liguei-lhe e chamei-lhe tudo, lol.

Ele era o rapaz discreto que estava na esplanada a desenhar, muito rapidamente nós começamos a falar de tudo e mais alguma coisa, a conversa fluiu durante horas, o brilho no olhar dos dois dizia tudo, saimos do café fomos para o carro, dei-lhe uma boleia até ao comboio.

Fui para casa com um sorriso nos lábios daqueles, já não fui ao MSN, deitei-me e recebi uma chamada, deviam ser quatro da manhã, era ele, e num tom de felicidade daqueles disse “adorei conhecer-te”, eu respondi que tinha sido reciproco, lá dormi...

No dia seguinte liguei a convidar para mais um café, ele estava à espera e respondeu prontamente que sim, a partir desse dia encontrámo-nos practicamente todos os dias durante cinco meses.

Um periodo muito Feliz para os dois, que só aos dois pertence...

Este post é dedicado ao hoje GRANDE AMIGO, e na data namorado. Um beio grande para ti.

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Fotografia de Vida: 3



Visualizei esta paisagem quando abandonava a praia da Fonte da Telha acompanhado por uma das pessoas que mais gosto e imediatamente tirei a máquina e apanhei o momento estático mas, também, cheio de curvas e contra-curvas, e decisões e indecisões, voltas e revira-voltas... chamei-lhe Caminhos, no plural porque a vida deverá ser assim: no plural.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Quase...

Uma amiga enviou-me um mail com este texto
Está fantástico
Ainda pior que a convicção do não,
é a incerteza do talvez,
é a desilusão de um quase!

É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo
que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades
que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas ideias que nunca sairão do papel
por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes,
que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância
e na frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos "bom dia",
quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem
até para ser feliz.

A paixão queima,
o amor enlouquece,
o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.




Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina,
não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio
que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia
à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão,
para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma.
Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.

Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...;

Porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu

Momento

Acabada a dita “relação” lá voltei eu ao sitio de sempre, que na época era o chat do Terravista, voltei num dia em que não estava com a minima vontade de falar com ninguém e com um nick que nunca tinha utilizado, mal entro na sala de chat abrem-se três janelas, todas elas com nicks compativeis com o meu (risadas).
Acabei por ficar a falar só com um deles e passamos horas na conversa, primeiro na sala de chat depois no MSN, falamos imenso da nossa vida, de anteriores
vivências e lá fizemos o ritual de sempre, eu liguei a cam para ele me ver, ele enviou fotos dele, dos cães, dos gatos, etc.
Passamos para a conversa ao telemovel e no dia seguinte estavamos a almoçar.O almoço não podia ter corrido pior, eu estava de fato(detesto conhecer pessoas em roupa de trabalho) ele estava muito descontraido e não largava o telemovel, eu desde fazer uma nódoa na gravata a ficar meio gago e sem articular as palavras( coisa que jamais me tinha acontecido e não voltou a acontecer).Depois do almoço dei-lhe uma boleia para o trabalho e fomos falando, votamos a encontrarmo-nos e aconteceram uma série de peripércias, muitas delas negativas e por telefone até que deixamos de ter contacto.
Tudo o que aconteceu depois é do foro privado dos dois, meteu terceiros com muita pena minha e certamente dele.
Na altura os amigos Gays eram muito poucos e não tinha um grupo propriamente dito, saia isoladamente com um ou outro amigo.
Penso que o que precisava realmente na altura era de um amigo e mais uma vez a amizade ficou pelo caminho....
Resumindo toda esta história que foi muito chata para ambas as partes um ano depois encontro a pessoa, descobrimos que temos amigos em comum, voltamos a falar, o indispensável apenas,lol.
Mas um ano depois eu vejo um filme completamente diferente do feito na altura, deixei de me precoupar se as pessoas falam num determinado sentimento e têm outro,
se dizem procurar uma coisa e procuram a outra, enfim acho que sem querer me tornei mais frio,logo, mais realista. Hoje prefiro o conhecimento real das pessoas, a net foi passada para segundo plano.
O grupo de amigos e a familia hoje estão seguramente em primeiro plano, são os meus confidentes e deixei de ter dramas com o passado.
Vivo o momento...

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Frases Soltas



Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito. Um chama-se ontem; o outro, amanhã. Portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, viver. (Dalai Lama)

O conhecimento é uma droga intelectual que causa vício.

Seja o que for que o amor me traga, sei que é Primavera neste Inverno; ver que o olhar é de pequenas rugas e flores, tão terno... (Dulce Pontes)

O único mistério é haver quem pense no mistério. (Alberto Caeiro)

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Adoro-te

Bom dia a todos os amigos e leitores.

Ontem tive uma notícia horrível ao fim da tarde, uma das minhas melhores amigas foi internada de urgência, um problema grave que nos apanhou a todos desprevenidos.

Fui ao Hospital onde me encontrei com amigos mais próximos e familia. O diagnóstico è reservado, ela está com respiração assistida pelo ventilador e a informação que nos é passada pelos médicos é que as próximas horas são cruciais, o que quer que isso queira dizer.

Tenho MEDO.

Quero que o tempo passe a correr, que os médicos digam que não passou de um valente susto e voltar a ver a Paula a sorrir e a olhar da forma que só ela o sabe fazer.
Quero ouvi-la reclamar de algo que não está bem.
Quero discutir com ela os mais diversos assuntos.
Quero segredar-lhe algumas intimidades.
Quero marcar as nossas férias deste ano.
Quero festejar os bons momentos contigo como sempre.

Ontem embora ligada ao ventilador escreveu numa folha de papel ADORO-VOS. Nós também te adoramos, queremos que este pesadelo acabe rapidamente.

ADORO-TE. Um beijo grande para ti,

Ricardo.

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Fotografia de Vida: 2



Esta foto foi tirada num dia chuvoso, ainda que memorável, na Ericeira.

Primeira ...

Conversei durante alguns meses com um rapaz simpático, que me parecia ter ideias muitas firmes sobre a sua vida e aquilo que queria.
Ele ligava-me e enviava sms´s, confesso que a curiosidade nunca foi muito grande, mas um dia lá acedi e fui conhecê-lo.

Bebemos um café, falámos bastante e confesso que houve uma química inicial, ao que se juntou um carência de parte a parte, eu estava na fase em que pensava que basta querer uma relação para a ter, ele provavelmente também.

Começamos uma “relação” de 4 meses, hoje olho para trás e percebo que aquilo foi uma fase de conhecimento, nunca chegou a ser uma relação.
Éramos pessoas completamente diferentes, tentamos acreditar os dois que aquilo podia funcionar, fomos acreditando durante 4 meses, mas penso que nenhum dos dois amou o outro, eu da minha parte estou certo que não amei.

Tinha muito a aprender, muita cabeçada a dar, muitas emoções por viver.

Daquela experiência ficou uma lição, ganhei um namorado, mas com o tempo perdi um amigo, ele foi-se afastando e um ano depois já nem ligávamos um ao outro.

Vivemos e aprendemos.....

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Ponto



Caríssimos leitores,

serve o presente para informal que o ponto caiu.

Ponto final nesta história, fim de citação....

Este mini-post é só para os amigos e aqueles que conheceram o drama do meu último mês.


A história de blog, essa vai continuar...


PS- Mensagem de vivencias, sim porque não pensem que eu, PJ, preciso de pontos nesses sítios ainda a determinar!!!!! :P


Fotografia de Vida: 1



Hoje irei partilhar a minha primeira foto neste cantinho de partilhas. Trata-se de uma foto ao Pôr-do-Sol na calma praia do Meco. A companhia era boa e o céu apresentava-se vestido com as cores que podem apreciar na foto. Trata-se de uma das minhas fotos pessoais preferidas, por tudo o que ela tem associada a sí mesma.

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Emoções

Começou o período de reflexão, pensei que tudo ia ser mais fácil com homens, que era começar e ia encontrar o principe encantado e vivia feliz para sempre.
Não foi nem pouco mais ou menos assim, fui conhecendo pessoas, com quem bebia um café , falavamos uma hora e como eu não queria mais nada nunca mais as via, com as que ia além da conversa também não se desenvolvia grande coisa, eu era carne fresca no mercado, senti isso cedo, confesso que cedi algumas vezes á tentação. Ter alguém com um corpo fantástico à minha frente, bonito e a fazer o jogo da sedução, eu não sou de ferro, mas confesso que depois o que senti foi um vazio enorme, depois disso não havia mais nada, ficava um depois eu ligo, um gostei muito... Rapidamente me cansei destas histórias.
Aprendi sem querer muito desta vida, para o bem e para o mal. Hoje sou “enganado” quando quero, faço o que quero e não me posso queixar das lições que tive.
Não me arrependo de nada que fiz, se fosse hoje faria algumas coisas doutra forma, não deixaria de as fazer.
Vivi emoções unicas, foi neste período que conheci um amigo que guardo até hoje, vive a 150 Kms, encontramo-nos sempre que podemos e falamos HORAS ao telemóvel. Ele viveu esta fase da minha vida a 100%.Aqui fica o agradecimento ao AMIGO.

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Nasci.
Nesse mesmo instante apaixonei-me por um livro que, apesar de já ter passado do meio, eu comecei a ler com imenso entusiasmo e a envolver-me de uma forma especial e única. Por vezes folheava por alto as folhas anteriores que só confirmavam a ideia que tinha daquele livro que me foi dado ao nascer.

Cada capítulo que lia era mais intenso e desejava sempre ler mais e mais até à eternidade, pois o livro era só para mim e era para mim que ele existia. Que lindos capítulos eu lia, neles eu vivia as mais sinceras emoções e os pormenores mais escondidos que significavam tanto, tanto!

Comecei então a sentir que o livro não teria fim, pois era-me tão necessário e essencial que, mesmo que não o estivesse a ler, estaria sempre na minha mão protegido. Os capítulos mais belos seguiam-se uns ao outros e quando pensava que já seria impossível impressionar-me ao lê-lo, lá vinha um grandioso e tão único capítulo que as palavras mais simples cresciam dentro de mim fazendo-me sentir simplesmente bem, e isso é tanto!

À medida que os capítulos continuavam, eu, apesar do aviso de que os livros só faziam sentido quando terminassem, acreditava que este não iria ter um final, não queria acreditar que o autor do livro tivesse a liberdade de o terminar, pois a história mais bela do mundo deveria ser interminável, e assim vivia sempre à espera dos mais sinceros textos que jamais eu tinha lido e que tinham sido escritos só para mim.

Então um dia, quando ia ler mais um pouco do meu livro, apercebi-me que tudo se tinha alterado, as palavras continuavam lá e também todo o conteúdo anterior, mas quem escrevia a história dava agora indícios de que o livro iria acabar. Mas eu não queria, era o meu livro.
Continuei a lê-lo com esperanças de encontrar um capítulo renascido, mas, à medida que lia aquela história, começava a sentir-me mal, porque as palavras tinham-se degradado aos poucos. Era tudo muito lento, mas como podia eu alterar um livro que já tinha sido escrito?

Continuava a ler o livro da minha vida, aquele que me deram a ler mal nascera, mas as lágrimas, por vezes, manchavam as palavras nele escritas. Queria ler os capítulos antigos, mas apenas podia folheá-los. A história, outrora a mais bela e a que me dava força, era agora a que me deitava a baixo, pois sentia que, apesar de não querer ver o seu final, era preferível que ela acabasse quanto antes. Mas não, ela teimava em fazer-me sofrer, cada capítulo um pouco mais, cada vez um pouco pior... Eu, sentindo-me impotente e revoltado, limitava-me agora a ler vagamente a história que apodrecia com o livro que tanto estimava e que tanto gostava. Porquê? Porque existem livros assim? Por que será que me fazem sofrer durante tanto tempo?

Permanecia a ler aquele livro que se desfazia lentamente nas minhas mãos sem que eu pudesse fazer nada, limitava-me a observá-lo para meu castigo e para minha profunda tristeza. Onde está o livro que outrora eu lia? Eu quero esse. Como pode um livro tão bom ter um final iminente destes? Porque se desfaz tão lentamente deixando-me de respiração suspensa tanto tempo? Será que não vêem que eu vou sufocar? Pára! Pára ! PÁRA! Por que ninguém me tira o livro das mãos? Eu não aguento mais o seu peso, é demais! Eu sei que são demais os sofridos sentimentos que o livro me arranca, mas, por outro lado, eu quero ficar com ele, porque, apesar do que ele me está a fazer passar, ele é e será sempre o livro da minha vida, custe o que custar. Lembrar-me-ei dos momentos perfeitos que vivi ao ler aqueles velhos capítulos que agora estão tão distantes, eles são antigos, mas não deixam nunca de ser perfeitos e eu recordo-os e farei recordar, pois posso não poder alterar a história, mas posso torná-la intemporal e digna dos maiores momentos que o Homem já viveu, é que pode ser simples e básica esta história que leio, mas o que me ensinou vale tudo o que o Homem aprendeu até hoje.

A minha leitura continua, mas as palavras tendem a apagar-se levemente com o tempo e a história agora é praticamente estática, mas consegue, mais uma vez, surpreender-me, é que, apesar de tudo, uma palavra escondida começa a aparecer na última folha, um pouquinho mais à frente, e a palavra é, novamente, simples, básica e, acima de tudo, sincera: Amo-te.



Ao meu Avô.
27/11/00

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Má Disposição

Depois de terminada a primeira experiência voltei de novo à net e fui falando com várias pessoas, sem nenhum objectivo definido à partida.
Queria construir uma relação mas já tinha percebido que não era só querer, era preciso acontecer.

Conheci uma outra pessoa, tinha vinte e poucos anos, falámos durante algum tempo até que decidimos encontrarmo-nos, foi perto da praia que bebemos um café e falámos um bom bocado, comecei a sentir-me mal disposto, penso que devido ao sol que estava muito forte para a altura, como tinhamos ido só no carro dele pedi se me fazia o favor de me levar ao meu carro, pois estava indisposto. Ele disse que não tinha qualquer problema e lá foi deixar-me ao carro que estava próximo de minha casa, perguntou se precisava que me acompanhasse, respondi que não, mas que se quisesse beber um chá podia ir comigo, ele não esitou.

Chegámos a casa, bebi o chá, fiquei bem melhor, falamos mais um bom bocado e acabamos por nos sentar no sofá depois de bebido o chá.

Ele achou que eu já estava bem disposto...

Foi a minha primeira indisposição com homens...

Contei ao meu mano que gozou comigo até à inconsciência, e eu lá fiquei a pensar que tinha feito a maior asneira do mundo.

Fim da Inocência

Regressei ao chat e nos desabafos que fiz com dezenas de pessoas, todas queriam o mesmo, um encontro que eu ultrapassaria rapidamente o trauma.
A conversa ficava logo por ali, até que encontro uma pessoa que estava no Canadá, pensei com este posso falar à vontade, não vai querer um encontro concerteza, e estava certo, passei horas a desabafar com ele.
Ele é português, tinha namorada cá e também nunca tinha tido qualquer experiência com homens, falámos dos nossos anseios, das nossas dúvidas, de tudo e mais alguma coisa, tinhamos os dois cam, a familia dele achava estranho o facto de ele não sair do PC e ter a cam sempre ligada, ele dizia que era um amigo de Portugal. Ele estava no Canadá a ver se conseguia ambientar-se ao clima e trabalhar por lá, já tinham passado dois meses e uma semana e não se tinha ambientado, começou a falar em regresso, e cada vez mais falavamos na hipótese de termos a primeira experiência os dois.

O tempo passou, ele marcou a viagem e marcamos encontro no aeroporto, foi um encontro muito engraçado, pareciamos dois tolos, muito nervosos e a falarmos de tudo um pouco, ele foi ter com a familia, veio de surpresa, falámos várias vezes ao telefone durante o dia. No fim de semana fomos falando, ele foi contando o que se passava por lá e numa das chamadas disse-me que tinha terminado com a namorada, marcámos então para a quarta-feira a seguir ao Carnaval.
Ele veio ter comigo a minha casa e começámos a nossa primeira experiência, foram momentos únicos, mágicos e que dificilmente se vão repetir com outra pessoa.
Tinhamos uma articulação perfeita em tudo o que faziamos, sexualmente a compatibilidade foi total, acordavamos vezes sem conta para o fazer, como duas crianças que têm um brinquedo novo, davamos banho um ao outro, corríamos nus pela casa,foi quase um mês cheio de coisas boas, senti que ele estava realmente apaixonado.
Eu estava consciente de que ele não ia aguentar a pressão, vivia fora de Lisboa, e embora fosse apenas a 40 kms era uma zona muito antiquada e ele não conseguia de todo abstrair-se da pressão que a familia fazia para ele voltar para a ex-namorada.
Decidímos pôr um ponto final na história enquanto ainda podiamos, hoje somos grandes e bons amigos, ele demorou seis meses a voltar para a ex-namorada com quem vive hoje, ela sabe da minha existência enquanto amigo.

conversas diárias

As conversas com o J.P. começaram a ser diárias, ele aparecia sempre ao fim da noite, por volta da meia noite uma da manhã. As conversas prolongavam-se até às tantas da manhã, mas nós não desistíamos, falavamos de tudo um pouco desde o trabalho até ao mais íntimo da vida pessoal, sabíamos a história um do outro, compreendi mais tarde que da vida dele era tudo muito superficial, não entrava em pormenores, nunca dizia nomes de pessoas, locais ou empresas.
Foram três semanas a falar horas seguidas na internet e horas ao telémovel, havia sempre assunto, nunca se esgotava, desde a bolsa a automóveis, passando pela praia ou uma determinada festa.
O tempo foi passando e eu parecia que já o conhecia à imenso tempo, ele falava em viver comigo, em ter uma reação a dois, eu que nem nunca tinha conhecido um homem via net estava pasmo, devo ter tido uma paixão virtual.

No fim da terceira semana decidimos que era altura de nos conhecermos pessoalmente, eu nunca o tinha visto, não tinha uma imagem dele por mais vaga que fosse, ele via-me diariamente na cam, estava em vantagem.
Marcamos numa segunda-feira um jantar simpático fora de Lisboa, eu fui cortar o cabelo, vesti uma roupa porreira, enfim, parecia que ia conhecer a noiva, lol.

Eu estava muito nervoso com a história toda e ele tentou acalmar-me o máximo possível, as duas horas antes de nos conhecermos foram passadas ao telefone,
Ele a dizer para me acalmar e eu a dizer que tinha receio de tudo aquilo.

Chegada a hora, desligámos ambos o telemóvel e estavamos frente a frente, olhei para ele, que era um estranho e completamente diferente da pessoa que eu tinha imaginado, mas era com ele que eu falava e estava muito contente de ali estar.

Ele estava bem mais nervoso que eu, ficou desléxico e deixou de articular palavras, eu falava pelos cotovelos, para variar, e ele nem conseguia responder, mais para o fim do jantar ele começa a falar um pouco e começo a apanhar contradições em coisas que ele tinha contado, o trabalho afinal não era bem o que me tinha contado, a sua experiência, que para mim era importante, e ele tinha dito que tinha conhecido apenas uma pessoa, acrescentou agora que a tinha conhecido e vivido com ela durante cinco anos, enfim, completamente diferente da pessoa que eu pensava conhecer.

Acabámos o jantar, pagámos e fomos embora, eu achei que podia ficar uma boa amizade, ele chegou a casa ligou-me disse que estava cansado e ia para a cama.

No dia seguinte falamos várias vezes, sempre com chamadas muito curtas, ficamos de falar à noite no MSN, eu tinha-lhe oferecido um micro para podermos falar via net sem gastar os balúrdios no telemóvel.
Falámos no MSN e foi o descalabro, ele disse que afinal estava a conhecer outras pessoas, que não tinha contado anteriormente porque sabia que me podia magoar e que sem nos connhecermos não sabiamos se o contacto ia ser agradável ou não. Eu chorei baba e ranho, não por não termos nada mas por perceber que as pessoas na net eram de uma falsidade sem igual. Tinha que desabafar com alguém, fui ao chat e falei com várias pessoas, o meu mano foi uma ajuda importante também para ultrapassar todo este episódio.