quinta-feira, setembro 29, 2005

X & Y (Parte 3)

Image hosted by Photobucket.com

(Mulher) – A ti e a todo o homem que aqui se encontre, mas não te preocupes, homem, que quem isto escreveu deve ser homem e os homens são todos iguais… já fico à espera das cenas do beijo e do futebol.

Entra o filho em cena.

(Filho) – Mãe, pai, sou gay! [Homem e Mulher entram em choque]

Entra a filha em cena.

(Filha) – Mãe, pai, veio-me a menstruação! [Homem fica em ultra-choque]

(Mulher) – Mas foi hoje que te apareceu isso? (Para o filho e filha)

(Filha) – Não, já me tinha aparecido antes, mas estou numa de ser sincera e esquecer os tabus preconceituosos e mesquinhos. Afinal, a menstruação é uma das minhas características que me definem, me definem como mulher!

(Mulher) – Ah, minha filha, mas isso é bestial, estou tão orgulhosa de ti, apesar de eu já me encontrar na menopausa e a menstruação já não se encontra tão afinadinha como antes e o meu temperamento também já encontrou melhores dias, mas, como disseste, e bem, é isto que me define, me faz mulher! [Homem sai do ultra-choque]

(Homem) – Mulher, eu acho que deves mudar rapidamente a tua medicação porque, diz-me, se a menstruação da nossa filha e a tua menopausa vos definem como mulheres, então como defines agora ali o nosso filho?

(Mulher) – Bem… se bem me lembro, da última vez que o vi desnudado, ele tinha pelitos no peito, um pénis, por baixo deste, umas bolinhas rodeadas por um escrotozinho lindo, não é bebé? Hmmm… por isso acho que o defino como um homem, não concordas?

(Homem) – Como eu??? Estás doida?!

(Mulher) – Sim, realmente espero que não esteja já com problemas erécteis em tão tenra idade, mas se os tiver, algum tratamento se arranjará, não é problema.

(Homem) – Se os tiver, talvez nem dê muito por isso…

(Mulher) – Homem, não sei se estás a insinuar que o nosso filho, caso sofra de disfunção eréctil, nem se dê por isso por ser exclusivamente passivo na sua conduta sexual, mas espero que não, porque essa piada é de um extremo mau gosto e já foi batida n-vezes!

(Homem) – Só tu, mulher, conseguirias incluir as palavras eréctil, passivo, conduta e batida na mesma frase.

(Filho) – Eu não sofro de disfunção eréctil.

(Mulher) – Bestial, então está tudo resolvido!

Filha dirige-se ao pai.

(Filha) – Pai, eu acho que a mãe entrou directamente para a fase de negação em relação ao meu irmão, teu filho, mas a sua mania de superioridade intelectual impede-a de expelir o grito e o choro do desespero dentro dela perante tal notícia. E o pai não tem com que se preocupar, essa sua dúvida existencial que lhe ocorre apenas se deve ao facto de o pai também ter dúvidas quanto à sua sexualidade, e a sua disfunção eréctil e também a sua ejaculação precoce na puberdade deverão ser factores condicionantes desse estado de alma, não achas? (Homem) – Mas por que não param de mencionar a minha disfunção eréctil?! E como soubeste da minha ejaculação precoce na puberdade?

(Filha) – Pai, eu tenho menstruação, não te esqueças disso, porque isso faz de mim uma mulher e essas coisas sabem-se por aí…

(...)

terça-feira, setembro 27, 2005

Pois é....

Ele diz:
"O que fizemos foi um gd erro"

Percebeu tarde....
Eu avisei....

sexta-feira, setembro 23, 2005

Espanha- Take I

Parece que iniciamos uma série de posts dedicados a Espanha, resta dizer que o trocadilho nada tem a ver com este primeiro post que escrevo sobre a minha aventura com espanhóis.
Um certo Sábado ( aproximadamente à 6 meses) fui à Discoteca Mr. Gay, onde ia na altura com alguma regularidade. Fui acompanhado por alguns amigos com a boa disposição que me caracteriza, em plena pista e com alguns copos bebidos começo a ver um loiro a olhar para mim, e eu claro não me fiz de rogado e olhei para o loiro, aproximamo-nos um do outro e ele estava a tentar descobrir de onde me conhecia, eu estava meio zonzo com a bebida e não conseguia recordar-me donde o conhecia também.
Começamos a falar, percebi rapidamente que era espanhol, o desbloqueador de conversa foi o não nos recordarmos donde nos conheciamos mas sabermos que nos conheciamos, mas em pouco tempo,eu, atrevido como sempre atiro-me a ele e dou-lhe um beijo daqueles de cortar a respiração a qualquer um, ele empurra-me, olha-me nos olhos e diz “Calma, nem sei donde te conheço”, eu serenamente afasto-me com um pedido de desculpas ao que ele responde com um sorriso e puxqa-me contra o seu peito para mais um beijo avassalador que termina com a frase “ gosto de dominar” e um piscar de olhos,lol.
Como devem calcular foi uma noite fantástica para os dois, passamos ainda umas horas na discoteca, em determinada altura eu disse que estava quase a ir-me embora, ele disse que gostava muito de me acompanhar até casa ao que eu anuí.
Chegados a casa tivemos uma noite de sexo memorável (para os dois), penso que nunca tinha passado tantas horas seguidas a foder e com tanto prazer de ambas as partes, a sintonia era total. Dois assanhados com medo que o dia a seguir não existisse, dormimos no fim de uma foda, acordamos e começamos a foder. Quando tomei banho pela manhã estava roxo,lol.
Esta aventura durou umas boas semanas, foi bastante gratificante quer do ponto de vista carnal em que foi vivida quer pela amizade que ficou entre os dois depois de terminada a aventura.
Ele está em Barcelona actualmente, ficou até ao fim do Erasmus, mas temos contacto frequente e continuamos a falar sobre tudo, sem tabus, tal como este post....
Beijo para ti

P.S.- O P.J. vai matar-me pela linguagem que usei neste post,lol

Trocadilho do mês

Agosto

O meu espanhol está cada vez melhor...

terça-feira, setembro 20, 2005

X & Y (Parte 2)

Image hosted by Photobucket.com

(...)

(Mulher) – Santo não é nem deixa de ser, pois quem o santifica são os olhos de quem o vê, por isso não venhas com acusações dessas.

(Homem) – De quem o vê e de quem o quer ser visto, não te faças de ingénua puritana que essa moda feminina já entrou em desuso desde a emancipação da mulher! E essas palavras são muito suspeitas… Porquê? Por que vêm da boca carnuda e linguaruda de uma ninfomaníaca!!!

(Mulher) – Ninfo-quê? Oh, homem, não tentes desculpar a tua medíocre performance culpabilizando-me a mim, a mulher. Não vale de nada ignorares esse teu problema de disfunção eréctil e tentares convencer o público, vocês, que eu sou uma ninfomaníaca, uma mulher com desejos, com prazeres, com suores, com vontades… porque isso temos todas, mesmo que nem todas acreditem ou possam usufruir deste direito tornado másculo e viril e exclusivo do Homem, tu!

(Homem) – Que raiva! Lá se confirma o que toda a gente sabe, a mulher, tu, fala de mais.

(Mulher) – «Toda a gente», não! Os homens que falam de menos…

(Homem) – Os homens que falam de menos são todos os homens a lado de uma mulher, por isso cala-te por um momento que o guião desta peça dar-me-á razão. Basta ver a tua entrada (que ninguém ouviu) para se perceber quem deu mais trabalho ao pobre guionista… a não ser que este seja uma mulher, o que me começa a preocupar…

(Mulher) – A ti e a todo o homem que aqui se encontre, mas não te preocupes, homem, que quem isto escreveu deve ser homem e os homens são todos iguais… já fico à espera das cenas do beijo e do futebol.

Entra o filho em cena.

(Filho) – Mãe, pai, sou gay! (Homem e Mulher entram em choque)

(...)

segunda-feira, setembro 19, 2005

Porque sim...

Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na Lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:
- Sim, e geralmente na mesma hora quando o seu vem cheirar as flores!!!


"RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORESVIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER."AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE E PENSAM DIFERENTE". "NUNCA JULGUE. APENAS COMPREENDA!!"

quinta-feira, setembro 08, 2005

X & Y (Parte 1)

Image hosted by Photobucket.com

Este blog tem estado quase inactivo no último mês e, para contrariar esta tendência, vou partilhar com todos os interessados algo que escrevi nestas férias: uma peça!

Sim, uma peça escrita nas serenas e frescas noites do Gerês, onde passei uma semana. A técnica foi escrever sem parar ou pensar. O título ainda é provisório (X & Y) e a escrita ainda está por delapidar, mas se resultar ficará mesmo assim.

Espero que gostem, deixem comentários :)


X & Y (Parte 1)


Entra em cena uma mulher e começa imediatamente a falar no fundo do palco.

(Mulher) – Não vale a pena eu estar a esforçar-me muito com apontamentos decisivos e essenciais para o desenvolvimento da peça neste preciso momento porque penso que esteja provado que nos primeiros 60 segundos o público, vocês, não escutam nada do que os actores e actrizes possam dizer.
Ah, sim, reconheceram alguém na última fila e decidem acenar… ou, até, talvez, quiçá, enviar uma sms para avisar esse hipotético alguém que se encontram uns lugares mais à frente, mas que não podem atrapalhar a actriz em palco, eu, que depois falam no final. Depois, e finalmente, desligam o telemóvel que solta um ruído infantil, penoso e, acima de tudo, ruidoso… o que é óptimo, ao ecoar por toda a sala, o ruído do telemóvel a desligar-se lembra as restantes pessoas que também se esqueceram do telemóvel ligado a desligá-lo. Claro que haverá sempre um espertalhão que pensará para si próprio mais o seu nariz empinado: «Eu não vou desligá-lo… vou metê-lo no SILÊNCIO!!!!!

Mulher enfrenta o público e chega-se a ele, centrada no palco.

(Mulher) – Sou mulher. Sou mulher. Sou mu-lher. Sinto um certo orgulho nostálgico ao dizer estas palavras repetidas, mas são elas que me definem num espaço limitado como me enchem de vida e me fazem gritar, olhos nos olhos: SOU MULHER!!!

Entra em cena um homem.

(Homem) – E com uns belos pulmões pelo que posso constatar! Mas do que vale o orgulho feminino se o próprio feminino não é nem melhor nem pior que o masculino? Para que servem esses teus gritos de lutadora se, na realidade, és simplesmente uma mulher, para o bem e para o mal? Sim, podes ter uma afinidade inegável com as emoções à flor-da-pele, mas esse teu decote também não deverá ser santo!

(Mulher) – Santo não é nem deixa de ser, pois quem o santifica são os olhos de quem o vê, por isso não venhas com acusações dessas.


(a continuar em breve)