O Monstro
Sou um monstro.
Vagueio pelos oceanos sem pressa ou vontade, deixo-me ir ao sabor da corrente, essa inimiga que por vezes me faz chocar contra as rochas ou contra as areias de uma praia escaldante.
Sou um monstro.
Passo pelos outros seres sem vontade própria, toco-lhes com os meus tentáculos nervosos, raspo-os com a minha pele inconstante e eles fogem de mim, sempre.
Sou um monstro.
Arrasto-me pela água fria, contra mim a sua pressão escorregadia que me contorce os contornos moles da minha capa disforme.
Sou um monstro.
Mexo-me, vacilante, e sigo para onde sou levado onde os seres me apontam espantados pelas minhas formas e me abandonam a seguir, nas profundezas da minha monstruosidade rara.
posted by Anónimo at 8:47 da tarde
5 Comments:
Acho que vamos ter que falar...
Texto lindo magnifico,
e tu és um monstro mas da escrita porque o texto está bem conseguido. Além disso és um monstro espectacular e fantástico que te moves sobre águas e que captas todos e tudo apenas pelo teu modo de escrever.
Sobrinho, espero que esse texto não retrate aquilo que tu pensas que eu penso que o mesmo retrata (agora parecia a Mª José Nogueira
Pinto?
Eu ligo-te para esclarecer as duvidas.
Beijos Grandes
Achei piada á variedade de reacções k um texto sobre um assunto já mto 'batido' despertou :D
Talvez sejam as palavras e a imagem mto fortes :p
Bjos e abraços aos respectivos :)
Olá, Klein!
Realmente o que escrevi parece ter sido 'demasiado' forte, n me encontro deprimido nem nada, apenas explorei um lado da minha pessoa que está sempre presente mas que n significa que esteja a sofrer...
Obrigado pela tua participação :)
Enviar um comentário
<< Home